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EU PRECISO IR A IGREJA?

by junho 23, 2019


Uma das coisas mais notáveis a respeito da igreja do Novo Testamento é que ela incluía constantes reuniões de seus membros. Hoje, até mesmo as denominações possuem algum tipo de culto de adoração e esperam que seus membros “vão à igreja”. Cedo ou tarde, todos nós acabamos por fazer esta indagação, se precisamos ou não frequentar uma igreja? O que a Bíblia ensina a respeito disso? A frequência à igreja é essencial? Falar de “frequência à igreja” é, num sentido, redundante. É usar duas palavras no lugar de uma; a palavra frequência é praticamente desnecessária. A palavra igreja no grego significa “assembléia” ou “congregação” Ela envolve, por definição, uma reunião. Não é possível haver igreja sem uma assembléia. Se você acha que pode fazer parte da igreja sem participar do reunir-se, está pensando em algo diferente do significado da palavra traduzida por “igreja”. A Igreja não tem a necessidade do templo emoldurado com luxos e com aparatos que induzem que somente ali Deus está.
“O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” At 17:24

Como seguidores, cristãos, caminhantes da Graça de Deus, podemos ser igreja em qualquer lugar que estejamos, gerando de forma voluntária os três aspectos que o encontro da igreja proporciona aos seus participantes, conforme Hb 10:25-26:

1) Somos Ajudados:

Confessamos, ouvimos, somos amigos, sem interesse, sem querer que a pessoa venha para nosso “clubinho evangeliquez”. Apenas ajudamos e somos ajudados, seja fazendo um almoço para chamar os amigos (sem ter que fazer aquela pregação eloquente e cheia de pseudo espiritualidade antes da refeição para demonstrar a sua espiritualidade), quando ajudamos na mudança de casa do novo vizinho, seja carregando aquele sofá pesado ou preparando um lanche no meio da tarde com aquele suco refrescante de cupuaçu, ou até mesmo, você pedindo ajuda ou conselho, conversando e compartilhando aquele problema que você tem (mas que muitas vezes não fala para ninguém, por que você tem a falsa obrigação de ser o megaultrapowersuper homem do avivamento e que nunca, jamais, pode demonstrar fraqueza ou que passa por algum problema). Ser ajudado ou ajudar, é ser humanitário, Jesus por onde passava queria saber as histórias, as dores, os motivos, as aflições. 

2)Podemos Encorajar Outros:

Não conseguimos encorajar pessoalmente alguém no meio de uma multidão, no máximo podemos olhar para a multidão e dar uma mensagem positivista, motivacional, chegando a ser enfadonha e muitas das vezes incompreendida, gerando pessoas repetidoras das mesmas receitas médico-espirituais que talvez darão certo ou não. Encorajar é olhar nos olhos, conversar, ser bom ouvinte, é se relacionar. Paulo ensina em Rm 12: 13-16 “Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade; Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram; Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” Relacionamento que cria encorajamento, investir tempo, ser amigo e não manipulador. Ensinar sem persuadir. Ensinar o que vive e transmitir a verdade sem receita pré-definida.

3) Podemos Adorar a Deus:

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” Jo 4:23. Para muitos, você é a Bíblia em que seus colegas de escola ou de trabalho leem. Por mais que as pessoas saibam que você pode ser cristão, mas esperam um testemunho em que você não pode ouvir uma música secular, ou dizer um palavrão, ou assistir um programa de tv por que fomos ensinados dessa forma. Mas a vida em Jesus é muito mais que uma vida de regras em que você arderá no fogo do inferno caso você não as cumpra, não! Quando passamos a conhecer a Verdade de Deus, ela produz liberdade (Jo 8:32) e não aprisionamento de cultura ou de expressão de criatividade. Deus deu a humanidade o privilegio de dar prosseguimento da sua criação do Jardim do Éden e não o atrofiamento de nossos pensamentos. Nossas vidas não podem ser vividas sobre a opressão do que os outros vão pensar, se estou dando ou não testemunho bom do Evangelho. Mas sim, se que sou livre e, dentro dessa liberdade que possuo, eu tenho domínio sobre minhas atitudes e controle sobre meus atos, não responsabilizando Deus ou o diabo por minhas ações, mas assumindo minha responsabilidade e sendo voluntariamente um adorador em essência de Deus, todo o dia, toda a hora, todo o minuto, a cada segundo. Sem peso. Sem opressão. Sem pressão.
Do contrário não é graça, mas desgraça!


TEXTO DO MEU QUERIDO AMIGO MARCELO ALMEIDA

Um Convite à Teocracia... Ou não?

by junho 01, 2018

"Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança". Salmo 33:12 (ACF*).

Esse texto muitas vezes é usado por políticos cristãos como se fosse um convite para que qualquer nação se tornasse "cristã".

Mas é um erro. A palavra "SENHOR" substitui, no texto hebraico, YHWH, (יהוה), o Tetragrama para o nome de Deus. Muitas vezes essa palavra é transliterada por JEOVÁ ou JAVÉ, entre outras formas variantes. O hebraico não possui caracteres vogais, e como a Lei proibia "tomar o nome de Deus em vão" (Êxodo 20:07), a vocalização correta da palavra começou a se perder quando o TEMPLO judaico foi destruído pelos exércitos romanos em 70 d.C. O NOME (HaShem) era pronunciado apenas uma vez por ano pelo Sumo Sacerdote judeu no Dia da Expiação (Levítico 23:27), o YOM KIPPUR. Contribuiu nesse “esquecimento” o fato de que na diáspora** a maioria dos judeus passou a adotar as línguas locais, ficando o hebraico para uso litúrgico e dominado apenas por estudiosos. E durante muito tempo as comunidades judaicas viveram isoladas dos centros de cultura ao redor.

Séculos mais tarde (século VI em diante), sábios judeus chamados “massoretas” (escribas) criaram um sistema de sinais diacríticos colocados acima, abaixo e ao lado das letras hebraicas para indicar os sons vocálicos. Como os judeus não devem pronunciar YHWH, eles costumam utilizar ADONAY (Meu Senhor) em seu lugar. Em torno de 1100 d.C., alguém  pegou os sinais diacríticos de “Adonai” (não procure a correspondência em português) e os colocou em YHWH dando origem a Yehowah. Um costume adotado bem antes pelos leitores judeus (ler “Senhor” onde o texto dizia”YHWH) e já presente na SEPTUAGINTA***. Algumas edições da Bíblia continuaram o costume, e utilizaram SENHOR onde o texto trazia o Tetragrama.

Portanto "SENHOR" no Salmo 33 não está adjetivando “Deus”, mas é um substantivo para o Seu nome. O salmista não está convidando as nações a se tornarem teocracias, mas afirmando que das nações que havia em seu tempo, a "Bem-Aventurada" e escolhida era aquela que tinha como Deus nacional a YHWH. Não era a Babilônia com seu Marduk, nem a Filístia com Dagom, o Egito com seus inumeráveis deuses, ou uma das variações de Baal, mas ISRAEL e YHWH.

A estrutura poética do versículo esclarece isso. É muito importante para a poesia hebraica o paralelismo. Existem dois tipos principais de paralelismo na Bíblia, o antitético (quando um verso contrasta com o anterior por uma ideia oposta) e o sintético (quando um verso complementa o anterior usando uma ideia sinônima). No texto epigrafado o uso é sintético. “Nação” e “povo” são uma unidade. Aquele povo e aquela Nação. Deus não escolheu nenhuma outra nação da Terra, além de Israel, para levar o seu nome (Amós 3:2).

O cristianismo não é uma fé nacional, como era o judaísmo primitivo. É uma fé universalizante e de natureza espiritual que conclama os homens a aderirem a uma cidadania celestial. Existem cristãos, mas não uma "nação cristã". Podemos e devemos orar pela nossa nação e pelos nossos líderes (I Tm 2:1-3). Mas não faremos nossa nação abençoada apenas proclamando o senhorio de Deus sobre ela, “do Senhor é a Terra e tudo o que nela existe” (Sl 24:01,NVI), e sim proclamando nossa fé através dos nosso atos e palavras e agindo de acordo com seus valores (II Co 2:15).

Quem usa o salmo 33:12 apelando para uma “teocracia evangélica”, ou para justificar políticos, ditos cristãos, que não têm comprometimento com a ética evangélica, não entendeu o texto, ou, o que é mais provável, está querendo enganar os fiéis.

* Almeida Corrigida e Revisada “Fiel”.
**Diáspora: dispersão dos judeus por todo o mundo, I Pe 1:1.
*** LXX. Tradução grega do Antigo Testamento produzida no período helenístico anterior a Cristo e muito importante na produção do Novo Testamento.

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Desista...de desistir!

by maio 23, 2018

"Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus".  Filipenses 3: 13, 14- NVI.
Desistir. Quem nunca pensou em largar algo que parecia além de suas forças? Quando eu me defronto com situações assim, e elas acontecem muito comigo, é na Carta aos Filipenses que encontro o conselho de quem soube viver com as adversidades.
No texto que você leu acima, Paulo fala de algo bem específico, o fim da fé, seu objetivo, que é alcançar a vida eterna. O interessante é que falando desse ideal tão elevado, Paulo nos alimenta com um princípio de vida cristã que pode nos ajudar numa série de outras situações que não estão diretamente relacionadas com a ressurreição dos mortos.
Paulo entendia que (v 12) ainda não tinha sido “aperfeiçoado”, ele olhava para si mesmo e via imperfeições. Apesar de todo o conhecimento que alcançara enquanto era fariseu (vs 4-7), ele entendia que conhecer a Cristo tornava tudo isso como “esterco” (v. 8) e que sua finalidade, apesar das coisas passadas, era continuar crescendo nesse conhecer.
Mas o aprendizado tem um preço, e Paulo mais do que ninguém entendia isso. Para aprender erramos muito, o caminho da perfeição é pavimentado com sofrimento.
Você pode, ensina Paulo, pensar apenas nas vezes que falhou, ou pode, como ele, focar o alvo. Esse é o seu ensino, que uma pessoa não deve deixar que as falhas travem seu progresso. É preciso continuar, é necessário deixar o que passou para trás.
Não passou no vestibular? Não conseguiu aquele emprego? Não corre cinco quilômetros em 30 minutos? Ora, você aprendeu com o processo, agora deixe aqui a frustração e aproveite o bem que obteve, sua experiência, para tentar de novo ano que vem.
E aprendendo essa lição nas pequenas coisas você tem um quadro do que te espera lá adiante, no local onde estão as “grandes coisas”.
Ei, deixe esse obstáculo aí, você já passou por ele, ali na frente tem outro, mas você está mais forte agora.
O prêmio é garantido para todos os que não desistem!

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A religião

by maio 14, 2018

A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e se guardar insento da corrupção do mundo.Tg 1.27



Desde o inicio da humanidade, é comum o homem ter a necessidade de um 'ser criador', para que, através de sua crença, muitas coisas sejam explicadas; essa existência nos traz, até o dia de hoje o conceito de religião. Em todos os países, podemos observar os mais diversos tipos, destas "entidades criadoras", onde cada um tem a sua visão simplificada. Religião, um mal necessário. Encontramos três palavras do latim para a origem da palavra religião. 1) A primeira é “RELIGARE", que tem o significado de “religar o homem ao meio divino”, logo, religião podemos conceituar que "é o meio em que o homem se conecta ao deus em que ele crê". Assim, a religião seria o elo que faltava, mas, nós cristão cremos que Jesus nos liga a Deus através de seu sacrifício na cruz. 2) A segunda palavra do latim é “RELEGERE”, muito parecida com a primeira; mas, com o significado diferente. O seu significado é “reler” referindo-se aos escritos sacros e em suas meditações dentro deles. 3) A terceira e ultima palavra é “RELIGIO”, das três é a qual está escrita na versão vulgata da bíblia, o que significa "cultuar a uma entidade". Tendo essas três palavras em mente, os estudiosos acreditam que a palavra surgiu. Podemos observar que religião, é a aproximação de Deus através da meditação ou leitura de seus escritos e o prestar culto a ele. Mas, qual é a aplicação do termo cultuar nos dias hodiernos? Qual é a nossa verdadeira religião? Tentarei lhe ajudar nessa resposta. A religião hoje como nós vemos, está a cada dia se tornando um clube social: com pessoas que pensam da mesma forma, e tem a visão de uma divindade de forma idônea. Muitas vezes estamos passando longe do texto de Tg 1.27. É fato, e não podemos nos esquecer que o evangelho de Cristo ao longo de seus quase dois mil anos de existência sofreu muitos ataques e violações a sua mensagem original. Com a falsa conversão do imperador Constantino, o cristianismo passa a ser a religião oficial do império, e com o passar dos anos sofre variações de crenças e costumes, para aderir outros povos pagãos ao seu rebanho. O evangelho original passa a ser usado como forma de controle dos outros povos, servindo para os escravizarem nas colônias. O que falar dos jesuítas que no Brasil império catequizou diversos índios e os negros que foram vendidos como escravos e que tiveram de negar a sua crença para poder sobreviver? Todos os acréscimos de outras culturas e religiões adentraram ao cristianismo, tornando-o que vemos hoje. Um evangelho vazio e distante dos ensinamentos de Cristo. Religião, pura e imaculada. Duas palavras-chaves em nosso versículo principal, demonstram o que é religião ou como a religião deve se apresentar. Tiago coloca duas palavras com o sentido parecido perto da outra: pura e imaculada. As duas palavras, possuem o sentido de pureza ou de estar limpo, mas, o seu significado é diferente dentro do texto original o que analisaremos agora. A palavra “katharos”, traduzida como pura tem o significado de “estar limpo” a qual é derivada da palacra grega kataridzo, logo, a primeira forma que a religião deve ser é: "limpa completamente, sem nenhum desvio de conduta ou interferência externa que contradiz os escritos sacros". O significado melhor posto para a palavra no original é “SEM MISTURA”, ou seja, acreditar apenas naquilo que os escritos nos afirmam e serve de como guia para crermos na existência divina. Somente esta palavra, já, bastaria para nos mostrar o que seria "a verdadeira religião". A palavra “amiatos”, traduzida por imaculada tem em um de seus significados a palavra pura, logo, seria uma duplicidade dentro do texto de Tiago. Mas, analisando um pouco mais, encontraremos outro significado para esta palavra. Podemos dizer que a palavra imaculada é “SEM MANCHA” ou “NÃO VIOLADO”. Sendo, assim, a verdadeira religião tem que ser sem mistura; contendo apenas o ensinamento das escrituras. Agindo assim, conforme o “relegere” e ao mesmo tempo sem mancha não tendo qualquer tipo de contaminação com o exterior e sendo fiel a palavra de Cristo. Religião, o santo comum. Em Tg 1.26 lemos sobre o perigo de uma falsa religião o que torna uma pessoa comum em uma pessoa religiosa. Vamos examinar religioso no texto original. A palavra “threskos” como significado de cerimonioso aparece somente neste versículo. Nos leva a acreditar que mesmo estando dentro de uma religião muitos podem não ter o “religare” com Deus. O que torna-o num cerimonialista e cumpridor de todos os rituais de culto moderno, ordenados e organizados por homens e não pelas mãos divinas. Quantas vezes levamos as nossas cerimônias como se fossem sacras? A liturgia muita das vezes atrapalha o agir de Deus no meio de seu povo. Em uma igreja tradicional, é comum termos a seguinte liturgia:Oração, hinos dos hinários, leitura da bíblia, departamentos ou cantos avulsos e a mensagem. É fácil, estarmos envolvidos no sistema moderno de adoração e não observarmos a outra parte do significado de threskos. A palavra deriva-se em diversas outras palavras, podemos encontrar dentro do verbo “throeo e threomai” (clamar e lamentar) e mais uma palavra “thresobes” que tem o significado de ser temente a Deus.
Conclusão A religião é um mal necessário, pois, em sua forma original é aquilo que nos liga a Deus, através da releitura das escrituras sacras através dos cultos prestados a Deus. Voltemos ao verdadeiro evangelho e edifiquemos um altar para Deus.

O que eu ganho com tanto trabalho?

by abril 17, 2018

“O que o homem ganha com todo o seu trabalho em que tanto se esforça debaixo do sol? Eclesiastes 1:2



Eclesiastes é o livro da conversa sincera, dos olhos nos olhos. O “Kohelet”, título hebraico da pessoa que faz os discursos, cria sua filosofia desconstruindo para reconstruir. Atenção! Você não deve se aproximar deste livro com ideias preconcebidas. Com o Eclesiastes é assim, você chega, se senta à mesa e espera até que ela esteja posta. A crueza do livro choca, e alguns até veem cinismo nele.
É certo que os primeiros discursos elencam todos os “negativos” da vida, de como as coisas são transitórias e efêmeras se comparadas à outra realidade além dos olhos. Porém os negativos não estão ali para chocar nem dar uma visão pessimista da vida. Eles nos ensinam.
O pregador nos diz que todo o nosso trabalho para pouco serve, é coisa transitória. Construímos uma casa, e logo ela começa a se deteriorar, e com isso vêm as constantes manutenções. Nada do que fazemos permanece.
Isso não é uma defesa da “inação”, existe uma teologia do trabalho que permeia a Bíblia e que vai influenciar o pensamento cristão, das manifestações pós-apostólicas ao início do capitalismo moderno e sua relação com a ética protestante.
Provérbios manda o preguiçoso ir ter umas aulas com a formiga (Provérbio 6:6) e Paulo diz aos tessalonicenses que quem não quer trabalhar deveria também não comer (2 Ts 3:10). Deus é apresentado trabalhando logo no início da  sua obra, e Jesus afirmou que assim como Deus, Ele também trabalhava (João 5:17). É verdade que certa teologia viu no trabalho uma maldição por causa da queda, mas o problema veio do incremento de dificuldade e não do trabalho em si.
De todo modo, mesmo reconhecendo o valor do trabalho, devemos aprender com o Kohelet que ele, assim como as outras coisas de nossa vida terrena, produz resultados transitórios.  O princípio aí é o de evitar uma visão exagerada do trabalho. Fazer dele o fim (quando é um meio) de nossa vida. Workaholics, as pessoas viciadas em trabalho, nem sempre aproveitam seus frutos. O excesso de trabalho, ou o excesso de preocupação com ele, produz mais frutos negativos que positivos (Ecl 2:23).
O importante é que tenhamos uma relação saudável com o trabalho, pensando sempre que ele deve ocupar seu tempo apropriado na nossa vida. Pois muito do desejo relacionado às realizações vêm de um sentimento de “ansiedade pela eternidade” (Ecl 3:11). Por isso muitos empreenderam obras pensando na sua permanência. Algumas realmente sobrevivem muitas gerações, mas mesmo esses encontrarão seu “ocaso”.
Você deve encarar o trabalho pelo que ele é. E em lugar de “maldição”, o trabalho passa a ser visto como um presente!
Afinal de contas, tudo o que fazemos deve ser feito para a glória de Deus (1 Co 10:31). 
Não é o que eu ganho, mas o que eu não perco no processo!
 “Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um presente de Deus”. Eclesiastes 3:13.

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Eu Tenho a Força?

by abril 12, 2018

"Tudo posso [em Cristo] naquele que me fortalece".
                                                        Filipenses 4:13

Texto muito conhecido...Fora do seu contexto. Citado assim, solto, dá uma ideia de poder, quase como se fosse um amuleto, uma frase mágica que pode te transformar em...

Sintoma de uma época em que vale mais o discurso de uma fé ufanista que as ações derivadas da fé sincera. Entretanto basta uma olhada no versículo anterior para desfazer o erro: “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação”.  Esse é um segredo importante para uma vida, em todos os sentidos, saudável. E um princípio cristão inegociável, praticado durante os últimos dois milênios por todos aqueles que foram tocados pela verdadeira paz que “excede todo entendimento” (v. 7).

Isso não é estoicismo. Nada de indiferença filosófica. É o fruto de uma fé madura. Não é tornar-se um tipo de robô incapaz de sentir. Não é ser “forte” no sentido de reprimir a todo custo nossos sentimentos. Pelo contrário, até o Mestre chorou (Jo 11:35)!

É conhecimento e é mais que conhecimento! Todo ensino passa pelo intelecto, mas ele precisa frutificar, ser incorporado ao nosso ser de tal modo que passe a ser parte da nossa natureza. Paulo chama isso de ter a “mente de Cristo”(1 Co 2:16). Isso se dá por meio da prática (Fp 4:9).   Paulo não era indiferente ou insensível, ele sentia as dores como todos nós, mas sabia que por meio de tudo isso ele era conduzido a algo melhor.

É uma grande ajuda, quando você passa por dificuldades, saber o seu objetivo. Quando isso acontece, as coisas não parecem mais tão assustadoras e você consegue ver os raios de sol num dia nublado.

E existe um “lado b” nessa fita (80’s), o texto reconhece que mesmo coisas aparentemente boas podem produzir resultados ruins. Vivemos um tempo de abundância (apesar das crises), se comparado a épocas passadas, e nossa geração é uma das mais iludidas com todas essas coisas que são apenas temporárias. “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação”, ensina o apóstolo!

Paulo já aprendera (2ª Co 12:09) que o poder de Deus se manifesta na fraqueza humana. Com isso em mente, podemos entender o texto como “eu tudo posso suportar, mesmo as coisas boas, em Cristo que me fortalece”. Esse é um contentamento que independe das circunstâncias exteriores.

Que tal praticar um pouco desse contentamento com tudo o que você tem HOJE?


Essa é a fortaleza inabalável de quem é fortalecido por Cristo!

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Rótulos

by abril 10, 2018

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo". 2ª Coríntios 5:17 (Almeida Corrigida e Revisada)
Se existe uma coisa complicada nessa vida é livrar-se dos rótulos. As pessoas são, em geral, deterministas. Se você reagiu de um modo em certa ocasião, as pessoas acham que vai continuar agindo da mesma forma em todas as ocasiões. Você certamente já ouviu alguém dizer fez isso e agora quer dar uma de santo, como se alguém não pudesse se arrepender e começar a fazer as coisas certas.
Se isso é ruim, muito pior é quando a pessoa se convence de que os rótulos são mesmo dela, como se eles fizessem parte da sua natureza e fosse impossível removê-los. Isso é bem comum, muitos de nós já se sentiram gravitando ao redor de um desses rótulos, abominando-o e sentindo-se incapaz de se desfazer dele. Uma amarra psicológica! Mas uma coisa são os comportamentos de uma pessoa, outra bem diferente é a pessoa em si.
É um tema central da vida cristã que em Cristo somos novas criaturas. O que fomos não importa mais, agora somos vistos pelo que Ele fez em nós. Isso não significa que não vamos ser tentados por comportamentos enraizados em nossos costumes, por padrões ancorados na nossa mente. O que não devemos é aceitar esses rótulos como parte de nós. “Tudo se fez novo” e é necessário que andemos “em novidade de vida” (Romanos 6:4).
Você não deve carregar todos esses rótulos. Você também não deve utilizar esses rótulos como desculpa para não mudar. Não diga “eu sou assim mesmo” ou “eu não posso mudar o que sou”, pois em Cristo você já é uma pessoa renovada. Você não é “duro”, “iracunda”, “obstinado”, “fácil”, “mentirosa”, “falso”...
Do mesmo modo, você precisa se esforçar para não ver as pessoas por esses rótulos, “a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano” (2ª Coríntios 5:16). Essa é a ideia por trás do “não julgueis”, pois em Cristo não existem mais estereótipos, Ele é tudo em todos (Colossenses 3:11). Os comportamentos devem ser vistos, e combatidos, se for o caso, pelo que eles são, comportamentos. Comportamento não é personalidade, é ação e escolha. As pessoas precisam entender que elas não são predestinadas a agir de certo modo, mesmo que elas sintam vontade de agir assim.
Jacó recebeu seu rótulo (Gênesis 25:26) no nascimento, “aquele que segura pelo calcanhar”. E seu nome soa, em hebraico, muito parecido com “enganador”. Imagine o que significava carregar um rótulo desses? E esse rótulo acabou por influenciar boa parte da vida adulta desse patriarca. Se ele era o “enganador”, por que agiria de outro modo? Mas ele teve um encontro com Deus (Gênesis 35:10), e “tudo se fez novo”, a começar pelo seu nome.
Deus nos promete um novo nome (Apocalipse 2:17), um nome que realmente seja parte de nós no lugar dos nomes que temos hoje ou dos rótulos que vamos recebendo durante a vida.
Não carregue cargas que não precisa, nem as coloque sobre os ombros dos outros.
Somos novas criaturas, os rótulos, novos e velhos, já passaram!


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Cristianismo, Cultura e Ideologia.

by abril 09, 2018


Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo”. Colossenses 2:8

O Cristianismo é uma fé para todos os seres humanos (Gl 3:28), independente de qualquer “qualidade de distinção” natural (sexo, cor) ou “artificial” (nacionalidade, religião, ideologia).

Ninguém precisa abandonar sua cultura para se tornar cristão. E por “cultura” dizemos aqueles traços distintivos de um povo, suas cores sociais, que não sejam claramente práticas pecaminosas, a exemplo do canibalismo ou da prática do infanticídio.

O Cristianismo não se confunde com ideologias particulares. Entendendo aqui ideologia no seu sentido amplo de conjunto de ideias ou visões de mundo que influenciam ordenamentos sociais e posições políticas. Devido à mal compreendida maleabilidade do Cristianismo, houve vários momentos históricos em que elementos culturais ou ideológicos passaram a fazer parte de determinada vertente cristã. Quando essa mistura se torna uma tradição, os fiéis dessas vertentes passam a acreditar que ser cristão implica ter as leituras de realidade e discursos próprios dessas versões do Cristianismo. Desse modo, ser cristão, nessa visão, passa a ser um distintivo cultural que assume força de ideologia quando é exportada para outras nações. Isso não significa, necessariamente, um desvio doutrinário ou heresia.

O cristianismo é universal, mas é também local. É importante que ele assuma as cores locais, mas não deve perder sua universalidade ou se tornar parte de uma corrente ideológica que vai ser exportada para outros povos.

A cultura é tradição, o Cristianismo também possui uma linha de tradição que remete aos primeiros ensinos de Cristo. Entretanto cabe uma distinção, ele possui uma tradição, mas não é apenas uma tradição. Tradição é andar pelos mesmos caminhos antigos, cristianismo é novidade de vida (Rm 6:4).

A mesma distinção pode ser feita com relação às ideologias. Muita gente vê pontos de contato entre sua ideologia e os ensinos do Novo Testamento. A partir disso racionaliza de modo a confundir os dois. Outro modo é pela via da cultura. Não é segredo que recebemos um grande afluxo missionário vindo da América do Norte e isso foi uma benção para nós. Mas pelo caminho aberto pelos missionários vieram também teologias com uma carga cultural e ideológica nem sempre fácil de identificar. Com isso passamos a defender as mesmas bandeiras que eles e a ter a mesma visão da realidade. Quando isso está pautado numa realidade bíblica, não há problema, porém nem sempre está.

É verdade que temos que ser sal da Terra e luz do mundo (Mt 5:13-14), mas também é verdade que “esperamos novos céus e nova Terra, onde habita a justiça” (2Pe 3:13). Tanto a tradição quanto a ideologia pensam num mundo melhor, uma pelo que foi e a outra pelo que deve ser. No cristianismo o mundo ideal vem, e vem por meio de “Quem”, do próprio Cristo. Não por esforços humanos. Os dois primeiros são mundos do discurso, o último é da fé.

A realidade de Paulo também era assim, tanto que ele escreveu: “Eu lhes digo isso para que ninguém os engane com argumentos aparentemente convincentes” (Cl 2:4).

As palavras podem ser bonitas e ter toda aparência de sabedoria, mas apenas em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2:03).

Mantemos nossa cultura, e nos apegamos às nossas ideologias, mas com a consciência de que elas são temporais e sem confundi-las com a essência da nossa fé. Isso nos fará menos sensíveis às variações do mundo e mais às riquezas da nossa fé, uma só fé!
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